Dart 78.1/2 parte 16: buchas do feixe de mola

Retirando as buchas do feixe de mola

Sem dúvida, até agora, este trabalho foi o mais difícil da reconstrução da suspensão do Dart, substituir as buchas originais do feixe de mola pelas de poliuretano da Energy Suspension. Bem, aproveitando o feriado de páscoa, na sexta feira da Paixão (por Dodge), troquei as buchas, junto com uma galera muito gente boa para ajudar. Ao todo são quatro no jumelo (chamado de suporte traseiro no manual da Chrysler) e uma no suporte dianteiro, ou big eye, como é conhecido nos EUA. A única diferença entre as peças antigas e novas, é que as buchas de poliuretano do suporte dianteiro vem em duas metades. Isso torna a instalação mais fácil e sem a necessidade de prensa, o que seria extremamente necessário para colocar buchas de borracha originais.

Para remover a bucha que estava na mola, o correto é utilizar uma prensa. Mas diante da impossibilidade de usar prensa, a ideia foi furar a bucha com uma broca parar tirar parte da pressão a que está submetida, facilitando a desmontagem. O melhor de tudo é que funcionou! Foram feitos cinco furos atravessando a bucha, com direito a “burnout“, faz uma fumaceira com aquele cheiro bom. Em seguida foi aplicado WD-40 nos furos e assim cano central já pode ser removido com a ajuda de um alicate bico de papagaio. Usando uma chave de fenda a bucha borracha antiga foi removida. Depois vem a pior parte!! Difícil mesmo foi tirar a capa, ou sleeve, de metal que fica preso no big eye do feixe. Para isso foi usado um formão, martelo, chave de fenda e muita força de vontade para cortar o metal. Por alto, foram umas três horas de trabalho no total.

Segue as fotos do passo-a-passo:

Suporte dianteiro ainda com a bucha original. Para remover o suporte, basta tirar o parafuso. A bucha a mostra. Pouca deformação, a do outro lado estava muito pior. Toda rachada e deformada.

Furando a bucha. Já sem o cano central. Repare nos furos feitos com broca e por onde apliquei o WD-40.

Removendo a bucha original com ajuda de uma chave de fenda. Sem a bucha no big eye. Repare na capa de metal, ou sleeve, que ficou no feixe de mola.

Essa é a pior parte!! Cortar a capa de metal com um formão. Eis o que sobrou das buchas originais e seus componentes.

Um agradecimento mais que especial para alguns amigos que me ajudaram no trabalho com os feixes de mola. Dudu (Opala SS 350-V8), corte das capas de metal; Jouber (Maverick Super), fotos do passo-a-passo; Javier, filho do Jouber; Rafael Pescoço (Puma), montagem dos feixes no carro; Junior (Maverick Super-Batman), trouxe as brocas e ajudou no corte das capas; Ged´s (uma porrada de carro) que emprestou ferramentas e a “Sede”, a casa dele onde a gente faz essas loucuras. Estavam presentes também: Paulo Pó (Astra 2025), Pacheco (Honda VTech), Flávio 1/2 Homem e sua digníssima, Fernanda (Dart 76).

É isso aí galera!

Seguimos conversando.

André Monc

Dart 78.1/2 parte 15: customização da bucha do tirante

Preparando a bucha do tirante

Olá leitores viciados em Dodge! Eis mais um tutorial para aqueles que se aventuram na novidade. A questão que será abordada nesta postagem é sobre um assunto que já foi tratado aqui no MundoMonc.com, caster. Alguns de vocês devem estar se perguntando o que a bucha do tirante, ou strut rod, tem a ver com a regulagem do caster nos nossos Mopars. A resposta: TUDO. Uma breve explicação resumida, o caster nada mais é que a inclinação da manga de eixo, positivo quando a parte de cima está inclinada na direção traseira do carro e a parte debaixo, para frente, negativo, na inclinação contrária (curiosos leiam: Sobre projetos – Parte 1 – Indicadores de avaliação (caster e camber)).

Voltando ao nosso caso específico, os A-Bodies brasileiros, a regulagem de caster e camber são feitas pelos mesmos dois parafusos excêntricos, de cada lado, que ficam no braço de controle superior, ou bandeja superior. Só com essa característica já encontramos um problema critico sempre a regulagem de um vai influenciar na do outro, o velho jogo ganha-perde. Para alguns donos de Dodge, isso já é o suficiente, mesmo porque atende as sugestões da Chrysler. Mas como o objetivo é explorar as possibilidades do carro, para mim, isso se configura como um problema, já que limita o que posso fazer na suspensão.

Na foto ao lado, a mesma que ilustra o título deste artigo, é possível ver a bucha original Chrysler, que retirei do carro, a do meio é uma de poliuretano da Energy Suspension cortada (minha primeira experiencia) e outra, também em poliuretano da mesma marca, no seu tamanho original. O que acontece é que as buchas aftermarket, como as que adquiri, são radicalmente maiores que as originais, praticamente o dobro do tamanho. E é esse detalhe que afeta a disponibilidade de caster, já que esse “extra” vai posicionar a junta esférica inferior, ou pivô inferior, mais para trás, na direção da traseira do carro. Isso limita o grau de inclanação positiva da manga de eixo matando a quantidade de caster possível. A solução eu encontrei no FABO, onde existem algumas postagens explicando e ensinando essa manha e com um pouco de coragem, é só levar num torneiro e mandar a faca.

Nesse primeiro teste, o torneiro cortou cerca de 9 mm, tirando um pouco de cada lado da bucha. É importante manter aquele formato cônico que encaixa nas arruelas do tirante, garante um encaixe mais preciso.

 

Essa foi minha primeira experiência e estou avaliando tirar mais uns 2 mm da bucha, chegando a tirar 43-45% do material, aproximando ao máximo do tamanho da bucha original. É importante, também, cortar o tubo de metal que passa por dentro das buchas, tem que ter uma folga para que a suspensão trabalhe sem estressar nada.

Uma ultima foto, desfocada, para ilustrar o artigo:

Foi o Eduardo que cortou as minhas buchas, senhor bem atencioso e um artista no torno. Escutou bem o meu pedido e foi muito prestativo, para o pessoal daqui de Brasília é a opção. Se chama Torneadora Edu e fica no SOF Norte, segue os contatos:

Abraços galera! Mantenha seu Mopar sempre em forma, desfazer o que o tempo faz é pior e mais difícil que sustentar! Metal tem memória!

André Monc

(fonte: várias postagens e conversas no FABO)

Trilha sonora: Recordando o Vale das Maças