Mopar dos sonhos – Dodge Valiant Charger

Dodge Valiant Charger

As vezes enjoo dos Dodges americanos ou brasileiros. Mas fora eles, para onde olhar e ver bons representantes Mopar pelo mundo afora? Bom, dos diversos braços da Chrysler que tivemos, por exemplo na Argentina e na Colômbia, achei legal trazer para você o Charger australiano. Escolhi esse carro por não ser muito comentado por aqui e, também, por algumas características exclusivas da terra do canguru, como o interessante 265 Hemi.

A Chrysler Austrália produziu o Valiant Charger de 1971 até 1978, como um Muscle Car coupé fast back com entre-eixos curto, 111 polegadas. Durante esse periodo o Charger foi montando em cima dos modelos: VH (modelo deste artigo), VJ, VK e CL. A motorização começava com o básico 215 cu.in. até o 360 cu.in., já no final da produção. O modelo VH Valiant Charger de 1971, foi escolhido como foco neste artigo pelo impacto positivo que o seu lançamento gerou na Austrália, uma novidade nunca antes vista no mercado. As mídias especializadas diziam “…the most handsome car Chrysler has ever produced, and probably the best looking car ever produced by an Australian manufacturer” (… o mais belo carro que a Chrysler já produziu, e provalvemente o mais bonito carro poduzido por uma fábrica austrliana).

Hemi 265 cu.in. Six Pack

A história desse motor começa na segunda metade da década de 60, quando engenheiros da Chrylser desenvolviam um novo motor seis cilindros em linha para substituir o Slant Six nas camionetes, que ficou conhecido como D-engine. Coincidentemente, nessa mesma época a filial da Austrália procurava um motor nas mesmas características para equipar os Valiant. Então um protótipo do motor D foi enviado para que os engenheiros australianos continuassem seu desenvolvimento.

A versão inicial desses seis cilindros era um 245 cu.in. (4.0L) com 165 hp@4.600 de potência e 265lb-ft de torque. Foi inicialmente usado no modelo Valiant VG em 1970 e ficou disponível até 1981 no modelo CM. Em 1977 foi lançada uma versão desse mesmo motor com low-compression, 245 cu.in. LC, que passou a equipar os modelos básicos da linha. A taxa caiu de 9,5:1 para 7,6:1, gerando apenas 130hp de potência. Também tinha a versão econômica, 215 cu.in. (3.5L), que compartilhava o mesmo deslocamento, porém com diâmetro menor que os outros blocos. E finalmente o 265 cu.in (4,3L) com diâmetro de cilindro maior que os demais, 3,91 polegadas, o mesmo de muitos small block Mopar. Essa versão intermediária gerava 203hp@4.600 e 262lb.ft@2800.

Mas claro que os engenheiros da Chrysler Austrália desenvolveram algo especial, e esse é mais um dos detalhes interessantes desse carro. O motor para o modelo Charger tinha  o mesmo deslocamento da versão intermediária, 265 cu.in, e cabeçote com câmaras mais hemisféricas e válvulas maiores. Alimentado por três Webers 45 mm DCOE, gerava incríveis 302hp@5.600 e 320lb.ft@4.400 de torque. Escapes dimensionados, comando nervoso e molas de válvulas com mais cargar, também são responsáveis pelo bom desempenho desse motor.

Acho importante comentar que as câmaras de combustão desses motores usavam apenas 35% do que seria o globo. Isso quer dizer que não são motores verdadeiramente Hemis, apesar do formato da câmara ser bem próximo dos gloriosos 426. O nome técnico para isso é low hemispherical shaped chamber, sem traduções lógicas. A nomenclatura Hemi foi usada para a promoção, tendo como suporte o sucesso do Elefante em terrar americanas.

Fotos

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Seguimos conversando.

André Monc

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