Mopar dos sonhos: AWB – Altered Wheel Base

AWB – Altered Wheel Base

Isso já faz alguns anos, mas lembro de olhar para alguns carros da Chrysler e pensar que havia algo errado. Como é sabido, ao ver alguma novidade, algo que não temos conhecimento, muitos detalhes passam despercebidos ou se tornam confusos, enganando nosso cérebro. Tendo percebido a estranheza dos carros, decidi pesquisar mais a fundo e logo descobri que são os Chrysler AWB, ou Altered Wheel Base. Não consegui fazer nenhuma tradução do termo para português, pelo menos não que fizesse sentido. Inclusive, aceito algumas sugestões. Mas o importante agora é conhecer um pouco da sua história e características.

Tudo começou na metade da década de 60, quando a Chrysler descobriu que a Ford estava se preparando para usar o poderoso motor 427 SOHC (single overhead camshaft / comando simples no cabeçote) nos compactos Mustang e Comet na temporada de 1965. Diante disso, o trabalho se focou em transformar os midsize Coronet e Belvedere competitivos. Isso porque não havia como instalar o gigante 426 Hemi nos A-Body deste período. Diante desse cenários os engenheiros da Chrysler começaram a construir seis Coronet e seis Belvedere para uso em pistas de arrancada.

Do jeito que eram entregues para as equipes.

Para atingir os resultados esperados, cada carro construído passou uma severa “cirurgia”. O eixo traseiro foi deslocado 15 polegadas na direção da frente do carro e a suspensão dianteira 10 polegadas, também para frente. Isso deixava o carro com uma diferença entre eixos de 110 polegadas, que deixava 56% do peso do carro sobre as rodas traseiras, melhorando bastante a tração. Além dessa modificação radical, todos as chapas da carroceria passar por um banho ácido para diminuir o peso.

Os 12 carros foram equipados com motores Hemi acertados para arrancada. No começo da temporada usavam dois carburadores quadrijet. Nessa configuração conseguiam correr os 402 metros em 10,20 segundos a velocidade de 138 mph (222 kmh), nada mal para um carro direto da fábrica. O desempenho desses monstros das corridas de arrancada melhorou mais ainda quando as equipes passaram a utilizar as injeções Hilborn, chegando a mais de 140 mph (225 kmh) com o tempo de nove segundos médio.

E o fato que me chamou atenção pare esses carros, sua aparência estranha, lhes garantiu o apelido de Funny Car, usado até hoje nas provas oficias da NHRA. Mas a brincadeira não durou muito e os AWB originais foram trocados por carrocerias de fibra e chassis tubulares. Mesmo com essa trajetória  curta, são, sem dúvida, os carros mais loucos produzidos pela Chrysler.

Mais algumas fotos:

Seguimos conversando.

André Monc

(fonte: http://musclecars.howstuffworks.com/classic-muscle-cars/1965-plymouth-factory-altered-wheelbase.htm)

Mopar dos sonhos – ‘Cuda AAR 1970

‘Cuda AAR 1970

Desenvolvido e produzido com a “má intenção” de participar das gloriosas corridas Trans-Am. Esta categoria começou a ser disputada em 1966 com o nome Trans American Sedan Championship e era destinada a carros de rua modificados. Originalmente era divida em duas categorias, “Under Two Liters“, basicamente carros europeus e “Over Two Liters“, onde o motores eram permitidos até 5.0, ou 305 ci. A Chrysler só decidiu investir forte durante a temporada de 1970 e para isso lançou dois modelos destinados a rua, o ‘Cuda AAR e seu primo Challenger T/A.

Neste tópico vamos apresentar o ‘Cuda AAR. Para começar essa sigla significa “All American Racers”, já dá para sentir o que a Chrysler pretendia. Em 1970, o AAR foi fabricado entre março e abril, tendo sido feitos 2.724 carros, sendo que 1.120 equipados com cambio 4 marchas e 1.614 com câmbio manual. Todos eram equipados com o pequeno, porém poderoso, 340 com taxa de compressão 10,5:1. Alimentados por 3 carburadores bi-jet, o famosos Six Pack, o pequeno bloco gerava 290 hp @ 5.000 rpm e 335 lb-ft @ 3.400 rpm e no 1/4 de milha fazia 14,4 segundos à 161 km/h, nada mal para aquela época. (fonte: http://www.stockmopar.com/aar-cuda.html)

Ao contrário do dito em alguns lugares, os AAR que foram para pista não usavam o motores 340, mesmo porque o regulamento só permitia o uso até 305 ci. Os carros destinados à competição eram equipados com motores 303.8 ci montados e acertados por Keith Black, grande gênio das arrancadas nos EUA. Esses pequenos monstros, alimentados por um quadri-jet, geravam 460 hp medidos no dinamômetro. (fonte: American Muscle Car).

Visualmente fizeram sucesso entre os Pony Cars. Visual agressivo, corres marcantes, escape laterais e grandes faixas laterais, traduziam a intenção desse carro. Além disso contava com capô de fibra de vido, spoilers dianteiro e traseiro, suspensão especial e, em alguns casos, direção “fast-ratio”.

Atualmente esses carros, quando encontrados para vender, custam uma pequena fortuna para os amantes de Mopars!

Continuemos sonhando amigos!

Seguimos conversando.

Monc