Dart 78¹/² Montagem parcial

Montagem parcial

Olhando meu acervo de fotos encontrei algumas de quando estava montando o lado direito da suspensão dianteira. Infelizmente não pude fotografar todos os passos porque estava sozinho neste dia. Mas acho que, mesmo assim, dá para ajudar pelo menos na montagem da bandeja inferior, tirante, braço de direção e manga de eixo. Então vamos lá!

 

A balança inferior já estava montada com o pivô, o batente e o parafuso de regulagem de altura. Notem o prato de reforço soldado na parte de baixo. Dica: para montar a bucha, primeiro tem que prensar o pivô na bucha e em seguida, ainda com a prensa, instalar o conjunto bucha/pivô na balança.

O passo seguinte é instalar o tirante na bandeja inferior com torque de 100 lb/pé.

Aqui a bucha do tirante devidamente ajustada para acertar a geometria da suspensão.

Agora é só encaixar o conjunto bandeja inferior/tirante na travessa do carro.

Em seguida, aparafusar o braço de direção na manga de eixo com 100 lb/pé.

Por último, para esta etapa, encaixar o pivô da junta esférica inferior na bandeja inferior e torquear com 100 lb/pé.

Essas são as primeiras etapas para a instalação da suspensão do Dodge. Daí para frente é montar a parte superior da manga no BCS, engraxar o cubo de roda e rolamentos, montar o disco de freio, instalar a barra de torção, colocar os amortecedores e ser feliz!!! Sempre importante ter o manual de serviços da Chrysler e os manuais de instalação do fabricante das peças, para ajudar nos processos e usar as referências de torque certas.

Seguimos conversando.

André Monc

Sobre projetos

PROJETO DART MONC

Vou dedicar uma postagem para falar um pouco sobre projeto, já que não posso deixar de ser o consultor empresarial que sou. Nos EUA é muito comum escutar as expressões: “Qual é o seu projeto?”, “Meu projeto está caminhado”. Apesar de escutar isso as vezes aqui no Brasil, parece que não é tão forte quanto é por lá. Mas afinal, o que é o projeto para um carro? O que é importante se ter em mente? Que caminho seguir? É sobre essas perguntas, e não necessariamente as suas respostas, que vou tratar nessa postagem. Salientando que, o que for dito aqui é aplicável também no seu projeto de vida, empresarial ou no projeto de uma viagem de fim de ano, claro que de forma ligeiramente diferentes.

Acredito que tudo começa na concepção, ou seja, na identidade do projeto. Todo projeto carrega com si uma identidade que o define e diferencia de outros projetos. Por isso é importante ter claro do que se trata, o que se espera e quais são os objetivos (finais e intermediários). Resumindo, o que você vai ver depois de terminado. Inicialmente, no caso do DartMonc, a concepção do projeto era: reconstruir a suspensão, modificando e melhorando algumas características originas para deixar o carro firme e seguro. Foi isso que me trouxe até as peças que já comprei e a registrar o que estou fazendo, em forma de postagens em fóruns e escrever este blog. Essa é a importância da identidade: eu não comprei carburador, roda, volante, banco, nada que não estivesse no escopo do projeto, mesmo quando apareceram boas oportunidades para tal. O que quero dizer é que a concepção define as ações que tem que serem executadas e o que é necessário aprender. E para isso tem que ter a capacidade de dizer não,  nem todo bom negócio é um bom negócio para o projeto, e nem todo mal negócio é um mal negócio para o projeto.

Mas claro que nem tudo são rosas e tão pouco vivemos num mundo de possibilidades finitas. Alterações e mudanças as vezes têm que serem feitas,  e muitas vezes devem ser feitas. Não há nada de errado nisso, desde que estejam vinculadas à identidade do projeto. No meu projeto a primeira mudança ocorreu após a segunda compra que fiz, o kit da Moog. Pesquisando sobre as vantagens e desvantagens das buchas de poliuretano, acabei decidindo que usaria buchas de borracha no Braço de Controle Inferior (BCI). Por duas razões principais: a primeira por que é sobre o pivô e a bucha o que todo o sistema recebe o primeiro impacto do solo e o transfere para o resto do sistema, e a rigidez do poli não absorve tão bem o impacto quanto a borracha. Segundo porque a bucha de poli não gera pressão suficiente para manter o pivô do BCI no lugar, podendo gerar problemas no alinhamento do carro. Aconselho a utilização de poli no BCI somente associada com o uso de tirante, ou strut-rod, ajustável, sendo possível jogar o BCI um pouco mais para frente, gerando a pressão necessária para manter o pivô no lugar certo, além de favorecer quem busca mais cáster . (fonte: Mopar Muscle Magazine – Tips and Tricks)

E não foi só isso que mudei no corpo do projeto. Tomei conhecimento de uma bucha off-set para o Braço de Controle Superior – BCS,  também fabricada pela Moog, que permite o uso de muito mais caster que as tradicionais. Montadas de forma adequada, que não é a sugerida pelo manual de instalação, é possível atingir cerca de + 5° à +6° de cáster com -0.5° à -1° de câmber, sem nenhuma alteração estrutural ou uso de peças específicas. Lembrando que quanto mais câmber menos cáster, tenha em mente até quanto quer chegar. Não pensei mais e decidi incluir ela na lista de peças necessárias e desejadas.

Resgatando o escopo inicial do projeto: reconstruir a suspensão, modificando e melhorando algumas características originas para deixar o carro firme e seguro, nenhuma dessas alterações estão fora. Elas contemplam o que quero ver quando tudo estiver terminado. Mas o que acontece quando se faz uma mudança estrutural no projeto, ou seja, altera sua identidade? Isso é igualmente possível e tem que ser feito com muita consciência para não perder nada pelo caminho. Comentarei esse assunto em um outra postagem. Por enquanto, lembre-se, seja qual for o projeto, seja de vida, empresa, automóvel, familiar, de carreira, de viagem de férias, sempre estaremos seguindo uma identidade e um objetivo, conhecido ou não. O simples fato de tê-los conscientes e claros, torna o caminho mais seguro e proveitoso.

Seguimos conversando.

Monc